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Henrique Sérgio Lima - (LASO/LFDA-PE) | Patrícia Ribeiro Cursi - (LASO/CATI) |
Hiromi S. Y. Sassagawa Sant’Anna - (LASO/LFDA-RS) | Sylvia T. B. de Oliveira Sabino - (LASO/LFDA-PE) |
Luiz Artur Costa do Valle - (LASO/LFDA-MG) | Vitor Breda Bezerra Rego - (LASO/LFDA-RS) |
Magda Birck Garcia - (LASO/LFDA-RS) |
Macroprocesso: Laboratórios |
Objetivo: Definir os métodos oficiais a serem utilizados nas análises para identificação e verificação da qualidade de lotes de sementes a serem comercializados no mercado interno. |
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Processo: Análises de sementes |
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Entrega: Garantia da identidade e qualidade de lotes de sementes |
Público alvo e demais interessados: Laboratórios de análise de sementes credenciados no Renasem |
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Setor responsável e responsabilidades A Coordenação-Geral de Laboratórios Agropecuários – CGAL, vinculada ao Departamento de Serviços Técnicos - DTEC da Secretaria de Defesa Agropecuária – SDA, do Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA é o órgão responsável pela Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária e possui dentre suas atribuições estabelecer, uniformizar e oficializar métodos para a realização de análises. |
Este capítulo trata do Teste de Sementes por Repetições Pesadas que deve ser utilizado para realização de Testes de Germinação de algumas espécies florestais para as quais no Quadro 14.1 é informado o peso das subamostras para o Teste de Sementes por Repetições Pesadas e não há outra opção para realização do Teste de Germinação, a exemplo das espécies dos gêneros Eucalyptus, Corymbia, Cecropia, Pleroma e Tibouchina.
Também pode ser utilizado para outras espécies, florestais e não florestais, quando essa for uma das alternativas para obter a germinação nos Quadros 14.1 ou 4.1, a exemplo de Calycophyllum spruceanum, Chloris gayana, Betula pendula e Betula pubescens.
O objetivo do Teste de Sementes por Repetições Pesadas é determinar o potencial máximo de germinação de um lote de sementes expresso em número de plântulas por kg.
Nota 1: É indicado para espécies em que a determinação da porcentagem de Pureza, Peso de Mil Sementes e/ou porcentagem de germinação são impraticáveis ou impossíveis (ver detalhes no subitem 12.2).
O Teste de Sementes por Repetições Pesadas é indicado em uma das seguintes situações:
O Teste de Sementes por Repetições Pesadas é restrito às espécies florestais e agrícolas para as quais houver prescrição dos pesos das subamostras nos quadros que estabelecem as condições para realização de Testes de Germinação (Quadro 14.1 do Capítulo 14 “Análise de Sementes de Espécies Florestais” e Quadro 4.1 do Capítulo 4 “Teste de Germinação).
Neste teste, o peso de uma amostra de trabalho, estimado para conter aproximadamente 400 sementes, é retirado da amostra média (ver subitem 12.6.2).
Nota 2: Os pesos das subamostras são derivados de dados da porção semente pura da espécie, de forma que contenham aproximadamente 100 sementes. Por esta razão, espera-se que no peso estabelecido para a amostra de trabalho (peso das quatro subamostras), existam aproximadamente 400 sementes puras.
Primeiramente, esta amostra de trabalho é submetida a um exame físico, no qual é realizada a verificação da espécie e a remoção de sementes de outras espécies que possam ser prontamente identificáveis (ver subitem 12.6.3), pois devido à natureza biológica destas espécies, análise de pureza não é realizada.
Em seguida, a amostra de trabalho é dividida em quatro repetições com os pesos prescritos no Quadro 4.1 (espécies não florestais) ou Quadro 14.1 (espécies florestais), os quais são utilizados para montagem de testes sobre ou entre os substratos e germinadas conforme condições prescritas nos quadros citados acima.
Alternativamente, pode-se obter cada uma das subamostras diretamente da amostra média e examinar as quatro amostras separadamente.
Após o exame físico, as sementes de cada repetição devem ser distribuídas uniformemente no substrato umedecido.
As contagens dos testes de germinação das plântulas normais e anormais são realizadas de acordo com os quadros citados acima e as instruções do Capítulo 4 “Teste de Germinação” (espécies agrícolas) ou subitem 14.4 do Capítulo 14 “Análise de Sementes de Espécies Florestais” (espécies não-agrícolas). A contagem e classificação das sementes não germinadas não deve ser realizada.
Nota 3: A Análise de Pureza será executada apenas por solicitação do requerente e para as espécies nas quais o material inerte possa ser claramente diferenciado das sementes. Nessa circunstância, tanto o peso da amostra de trabalho quanto o procedimento analítico devem seguir o estabelecido no Capítulo 2 “Análise de Pureza”, inclusive no que se refere ao peso da amostra.
Nota 4: A Determinação de Outras Sementes por Número - DOSN deverá ser realizada somente para espécies para as quais a legislação estipule limites para a número de outras sementes (nocivas, silvestres ou cultivadas). Nestes casos, é necessário aplicar as instruções do Capítulo 3 “Determinação de Outras Sementes por Número - DOSN”, incluindo a prescrição do peso da amostra de trabalho.
As mesmas definições de germinação, plântula normal e plântula anormal fornecidas no Capítulo 4 “Teste de Germinação” e no Capítulo 14 “Análise de Sementes de Espécies Florestais” devem ser utilizadas no Teste de Sementes por Repetições Pesadas.
Balança com resolução de 0,0001g, outros equipamentos e materiais listados no subitem 4.5 do Capítulo 4 “Teste de Germinação" deverão ser usados neste teste.
O peso mínimo da amostra média deve ser o prescrito no Quadro 1.6 (espécies florestais) ou Quadro 1.5 (outras espécies). Os procedimentos de amostragem, a embalagem e o envio da amostra devem seguir as diretrizes do Capítulo 1 “Amostragem”.
Considerando-se que os lotes de sementes das espécies em que o Teste de Sementes por Repetições pesadas é recomendado podem apresentar componentes com grande variação de peso entre si, inclusive distribuição desuniforme de sementes cheias e vazias, os cuidados com a amostragem devem ser redobrados para assegurar que as amostras médias sejam representativas do lote.
O peso da amostra de trabalho para o Teste de Sementes por Repetições Pesadas deve estar de acordo com o especificado no Quadro 14.1 (espécies florestais) ou Quadro 4.1 (outras espécies), ou seja, deve ter peso mínimo equivalente a quatro vezes o peso da subamostra especificada nestes quadros. Quando for necessária a realização de dois Testes de Sementes por Repetições Pesadas simultaneamente, a amostra de trabalho deve ter o peso mínimo correspondente a oito vezes o peso da subamostra especificada.
A amostra de trabalho deve ser obtida da amostra média, aplicando-se os métodos descritos no subitem 1.5 do Capítulo 1 “Amostragem”. Devendo-se utilizar divisores apropriados ou o método manual. A escolha depende das características da amostra em análise e da disponibilidade de equipamentos no laboratório.
Em Testes de Sementes por Repetições Pesadas, o peso da amostra de trabalho contém, aproximadamente, apenas 400 sementes, que representam uma fração muito pequena do lote se comparada à quantidade total de sementes analisadas na Análise de Pureza, por isso, cuidados especiais devem ser tomados para garantir que a amostra de trabalho seja verdadeiramente representativa. Tais cuidados devem incluir homogeneização mais cuidadosa das sementes, por exemplo, passando a amostra média mais vezes pelo divisor, antes de iniciar a redução da amostra.
Uma outra possibilidade é obter cada uma das subamostras separadamente, direto da amostra média.
A amostra de trabalho inteira deve ser examinada, a fim de determinar se as sementes presentes pertencem à espécie declarada pelo requerente, separando e identificando, tanto quanto possível, as outras sementes que estejam contaminando o lote.
O nome e número das outras sementes encontradas, juntamente com peso examinado, devem ser registrados na ficha de análise.
Após a retirada das outras sementes conforme descrito acima, o que restar da amostra de trabalho deve ser subdividido em quatro repetições (ou oito repetições no caso de dois testes simultâneos) com os pesos prescritos no Quadro 14.1 ou Quadro 4.1. O peso das repetições deve ter a precisão indicada no Quadro 2.1 do Capítulo 2 “Análise de Pureza”.
Como este tipo de amostra costuma ter componentes com pesos diferentes, devem ser realizadas homogeneizações cuidadosas antes de se obter as subamostras que serão utilizadas como repetições do Teste de Germinação. A escolha do método deve seguir as mesmas diretrizes citadas no subitem 12.6.2.
Os substratos permitidos, temperaturas, condições de luz, e instruções adicionais, inclusive tratamentos para a superação de dormência devem ser os prescritos no Quadro 14.1 (espécies florestais) ou no Quadro 4.1 (outras espécies).
As sementes de cada repetição devem ser distribuídas uniformemente no substrato umedecido.
Quando for necessário realizar dois Testes de Sementes por Repetições Pesadas simultaneamente, por exemplo, com e sem pré-resfriamento, devem ser selecionadas aleatoriamente quatro repetições para cada tratamento.
A avaliação das plântulas deve seguir os subitens 14.4.9 a 14.4.11 do Capítulo 14 “Análise de Sementes de Espécies Florestais” ou, para outras espécies, os subitens 4.9 a 4.11 do Capítulo 4 “Teste de Germinação”.
Ao final do teste, não é necessário classificar e contar as sementes que não germinaram.
Contudo, se a germinação for lenta ou irregular e existir suspeita de que não houve uma boa resposta ao método utilizado ou da ocorrência de dormência, outros testes poderão ser realizados, usando outros métodos e/ou tratamentos (ver subitem 4.12 ou 14.4.12).
Nota 5: Se na preparação do teste ou em qualquer outro momento, ficar claro que o número de sementes em cada repetição é significativamente menor que do que 100, o teste pode ser refeito, usando repetições de peso maior. Se, ao contrário, for constatado que o número de sementes por repetição é significativamente maior do que as 100 sementes desejadas, então cada repetição pode, quando praticável, ser subdividida em duas ou mais partes e distribuídas uniformemente em sub-repetições. Cada sub-repetição deve ser cuidadosamente identificada, sendo que todas elas devem ser mantidas juntas e consideradas como se fossem uma repetição.
Para verificar a validade dos resultados, calcula-se a soma das plântulas normais das quatro repetições do teste, a diferença entre as repetições com maior e menor número de plântulas normais e compara-se com a tolerância máxima permitida na Tabela 12.1 (ver subitem 12.8). Se a variação estiver dentro da tolerância permitida, os resultados podem ser informados no Boletim de Análise de Sementes. Caso contrário, um novo teste deverá ser realizado.
Adicionalmente, devem ser obtidos o peso médio e a média do número de plântulas das quatro repetições.
O resultado obtido pela composição das quatro repetições é expresso pelo número de plântulas normais no peso total da amostra. Este valor é utilizado para obter o número de plântulas por Kg.
Os resultados dos Teste de Sementes em Repetições Pesadas devem ser relatados nas seguintes formas:
O peso da amostra examinada, o número e o nome científico das outras sementes encontradas devem inseridos no campo “Observações” do Boletim de Análise de Sementes. A grafia do nome científico informado deve estar de acordo, primeiramente, com a Lista de Nomes Estabilizados da ISTA em vigor, seguido do GRIN-USDA e depois do REFLORA - Plantas do Brasil, nessa ordem.
a) Os campos destinados às porcentagens dos componentes dos Testes de Germinação devem ser preenchidos com -N-.
b) As seguintes informações devem ser reportadas os campos específicos do Boletim de Análise de Sementes:
c) Informar no campo “Observações” do Boletim de Análise de Sementes:
Nota 6: Quando forem realizados dois testes simultaneamente e os dois resultados forem válidos, a metodologia empregada no teste com maior número de plântulas normais deve ser reportada nos campos apropriados do Boletim de Análise de Sementes (duração, data de conclusão, temperatura e, se for o caso, tratamentos especiais). No campo “Observações”, devem informados, conforme listado em item “c”, os resultados de ambos, assim como os detalhes da metodologia utilizada no outro teste.
Quando a Análise de Pureza for solicitada e sua execução for possível, os campos destinados à esta análise devem ser preenchidos no Boletim de Análise de Sementes, conforme subitem 2.7 do Capítulo 2 “Análise de Pureza”. Caso contrário, devem ser são anulados com -N-.
Quando exigido pela legislação, os resultados da DOSN devem ser incluídos no Boletim de Análise de Sementes, conforme instruções do subitem 3.7 do Capítulo 3 “Determinação de Outras Sementes por Número - DOSN".
A Tabela 12.1, baseada na distribuição de POISON, indica a tolerância máxima para a diferença entre as repetições de maior e menor valor, permitindo uma variação ao acaso com 0,05% de probabilidade.
Para encontrar a variação máxima permitida, localiza-se nas colunas 1 ou 3, o número de plântulas normais no peso total do teste e compara-se a diferença entre as repetições com maior e menor valor com a variação máxima permitida nas colunas 2 ou 4. de.
Para encontrar a variação máxima permitida, localiza-se nas colunas 1 ou 3, o número de plântulas normais no peso total do teste e compara-se a diferença entre as repetições com maior e menor valor com a variação máxima permitida nas colunas 2 ou 4.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Teste de Sementes por Repetições Pesadas. In: Regras para Análise de Sementes. Brasília, DF: Secretaria de Defesa Agropecuária, 2009. Cap.17, p.363-366.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instruções para análises de sementes de espécies florestais. Brasília, DF, 2013. 97p.
ISTA - INTERNATIONAL SEED TESTING ASSOCIATION. International rules for seed testing. ed. 2025. Wallisellen, Switzerland, 2025. Chapter 13: Testing seeds by weighed replicates, p.13.1-13.4.
Versão | Conteúdo alterado | Data | Motivo |
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1 | - | 28/03/2025 | Criação do documento |
Tabela de Tolerância 12.1 (rev. 1): Tolerâncias máximas admitidas para comparação de resultados relativos a cada repetição de um mesmo Teste de Sementes por Repetições Pesadas, a 5% de probabilidade.